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28 de maio de 2011

Não se engane com a resposta




Toda vez que a gente escolhe alguma coisa, várias outras ficam pra trás. E aí bate a dúvida: será que essa cidade, esse emprego, essas roupas são as melhores pra mim? Será que essa história de amor é a minha? Se essas perguntas forem feitas com medo, quem responde é a cabeça. Mas se forem feitas com amor, quem responde é o coração. E o coração nunca se engana.

24 de maio de 2011

A roteirista




Outro dia achei um caderno da minha época de patinho feio. Sim, quando eu ainda não sorria nas fotos e passava lápis de olho pra tentar parecer misteriosa. Eu tinha uns doze anos quando escrevi tudo aquilo, sei lá o que na cabeça e um garoto chamado Gustavo no coração. Ele era da minha sala, sentava bem atrás de mim. Nós conversávamos durante toda aula. Ele fazia piada dos meus óculos, e eu achava a maior graça.  Na frente dos colegas, no intervalo, ele não me enxergava. Mas nunca liguei pra isso. Afinal, eu também não enxergava muitas coisas.
Um dia eu resolvi escrever uma carta de amor. Daquelas cheias de corações, borrifadas de perfume e envelope roubado do cartão da árvore de natal. Escrevi sobre o amor – o que eu sabia sobre o amor? – da maneira mais ingênua do mundo: "Do fundo do meu coração". Derrubei umas dez árvores pra conseguir finalmente, sem erros, escrever algo. Por falta de coragem, não assinei meu nome. Supus que ele adivinharia. Ingenuidade, não?!
Cheguei mais cedo só pra deixar a carta embaixo da mesa. Pra disfarçar, sai de sala e só voltei depois que a aula tinha começado. Ele me cutucou, e disse que tinha algo pra contar. Naquele instante meu coração disparou – pela primeira vez, por justa causa – e eu senti como se o chão não existisse. Flutuei durante toda a aula de matemática (nós nunca conversamos durante essa aula, o professor nervoso e sempre gritava).
No intervalo, pela primeira vez, nós conversamos. Eu estava na fila do lanche, quando ele me puxou e me levou para um lugar onde poucos alunos ficavam. Com um olhar de quem revelaria um segredo, ele me fez prometer que jamais contaria pra ninguém. Eu prometi.
Falou sobre a carta, e também sobre a possível autora dela: Uma garota chamada Verônica. Não Bruna, nem Bru, Verônica. Uma das únicas garotas da sala que eu conversava, e considerava, amiga. Uma menina linda, querida por todos e o pior – ou melhor – ingênua. Nunca percebia os olhares dos meninos.
Não tive coragem de desmentir, apenas concordei com tudo que ele disse. Deixei minhas palavras falarem por alguém além de mim. E funcionou, dois ou três anos depois eles começaram a namorar.  Eu já não gostava dele, nem conversava tanto com ela. Mas quando encontrava os dois, meu coração ficava apertado. Aquela história era pra ser minha.
Aquela foi primeira vez. Mas depois sugiram outros Gustavos e outras Verônicas. Tenho quase trinta, e ainda sinto como se tudo que eu escrevo funcione como uma espécie ponte entre alguém. Onde pessoas percebem pessoas. Mas nessa história, eu não existo. Ninguém me enxerga. Todos sabem dos meus sentimentos, mas ninguém sabe que são meus e pra quem eles realmente são.
Cansei de ser a roteirista.
Quero um papel principal, alguém se habilita a escrever minha história ?


                                                                                                     
                                                                                                                 Depois dos quinze

18 de maio de 2011

Me sinto sozinha



Na verdade eu sou sozinha. Minhas dores ninguém sabe, meus sonhos nunca foram contados, meus medos presos na minha cabeça sem que ninguém imagine. Ninguém sabe que aquela garota que sempre sorri, e está se mostrando forte na verdade está morrendo por dentro, implorando por socorro. Ninguém sabe que essa garota sou eu. E eu sou jovem demais para deixar o amor partir meu coração.

16 de maio de 2011

Foi acaso do destino





Sinto falta de tudo aquilo que foi, e tudo aquilo que não foi. Sinto falta de quando em alguns momentos você foi meu. Sinto falta do teu abraço, do seu toque, do seu beijo, do seu cheiro. De tudo aquilo que é seu e que um dia me pertenceu. Sinto falta do perigo em que corria, da adrenalina e de sentir a borboletas na barriga sendo incontroláveis sempre que programávamos de nos ver. Sinto falta das nossas desculsões por coisas tão tolas.
Sim eu sinto falta do odio que sentia, mas não sinto falta da dor que hoje sinto. Mas s
e alguém perguntar eu direi a eles que nós seguimos em frente. Quando todos olharem eu fingirei que não os ouço falar. Sempre que eu o ver irei engolir meu orgulho e morder minha língua fingir que estou bem com tudo isso agindo como se nada estivesse errado.Se alguém perguntar eu direi a eles que nós nos afastamos, por que eu deveria me importar se eles acreditam em mim ou não ? Sempre que sentir que suas memórias estão partindo meu coração eu irei fingir que estou bem com tudo isso vou olhar pra você e agir como se estivesse extremamente feliz sem a tua companhia.Foi mais um acaso do destino, para que eu pudesse aprender a sobreviver com a decepção. Foi tudo muito lindo enquanto durou mas pena que acabou.

                                                                                         Por: Carla Gabriella

2 de maio de 2011

Se eu morrer antes de você



Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e desejar orar por mim, pode fazê-lo. Eu talvez precise de oração. Se quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis para Deus!"
Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu "ser seu amigo já é um pedaço dele...


         

                                                                                                                                                            Chico Xavier

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